sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Samba paulistano

Escrevi alguns posts sobre carnaval e somente agora me toquei que falei somente do carnaval do Rio, porém, estamos no país do carnaval. Não posso deixar de nos lembrar do frevo de Olinda, os blocos das cidades históricas de Minas Gerais (minha boa terrinha), o maracatu em recife, e muitas outras manifestações carnavalescas que acontecem em todo o Brasil.

Para encerrar, pelo menos por enquanto, o assunto sobre o samba gostaria de lembrar um o maior representante do samba paulistano, estou falando de Adorinan Barbosa. Segue a biografia que encontrei no site Netsaber.

Sétimo filho de um casal de imigrantes de Treviso, Itália, João Rubinato entregou marmita, trabalhou como varredor em uma fábrica de tecidos, no carregamento de vagões de trens suburbanos, como tecelão, encanador, pintor, garçom, metalúrgico e vendedor de meias para depois adentrar o mundo humorístico do rádio e tornar-se um dos maiores sambistas do país.

Criador de um samba tipicamente paulistano, Adoniran Barbosa, como ficou conhecido, elaborava suas letras a partir das trágicas cenas de vida e da linguagem cheia de sotaques, gírias, inflexões e erros de habitantes de cortiços, malocas e bairros característicos da cidade, como Bexiga e Brás. "Pra escrevê uma boa letra de samba a gente tem que sê em primeiro lugá anarfabeto", dizia.

Compôs seus primeiros sambas, Minha Vida se Consome, em parceria com Pedrinho Romano, e Teu Orgulho Acabou, com Viriato dos Santos, em 1933. Dois anos depois, ganhou o primeiro lugar em concurso carnavalesco organizado pela Prefeitura de São Paulo, com Dona Boa.

Após passar por emissoras como São Paulo, Difusora, Cosmos e Cruzeiro do Sul, recebendo pequenos cachês, notabilizou-se na década de 1940 como radialista cômico, interpretando uma série de personagens, baseados no linguajar coloquial, como o terrível e sábio aluno Barbosinha Mal-Educado da Silva, o negro Zé Cunversa, o motorista de táxi do Largo do Paissandu, Giuseppe Pernafina, o gostosão da Vila Matilde, Dr. Sinésio Trombone, o autor de cinema francês, Jean Rubinet, e o malandro malsucedido Charutinho. Com este último, um dos personagens do programa Histórias das Malocas, escrito por Oswaldo Moles, atingiu o clímax do humor e alcançou popularidade. "Trabaio é boca? Trabaio num é boca. É supurtura, é tumo", falava Charutinho.

A união entre o humorista e o músico, nos anos de 1950, representou seus maiores sucessos musicais: Saudosa Maloca (1951), Malvina (1951), Joga a Chave (1953), Samba do Arnesto (1955), As Mariposas (1955), Iracema (1956) e Trem das Onze (1965).

2 comentários:

  1. Como uma boa carioca cada vez que vou a São Paulo e inicio uma conversa me preparo para retrucar os comentários quanto ao meu sotaque e "perfil pré-estabelecido" de todos os que habitam a cidade do RJ. rsrs

    Depois de ler a matéria... Senti-me na obrigação de não só enaltecer nosso nobre Adorinam, que não necessita de comentários adicionais, mas também reverenciar o samba paulistano.

    A forma que encontrei de fazê-lo com toda a pompa e circunstância que se faz necessária no carnaval... Foi a seguinte:

    Venho divulgar um projeto muito bonito, sério e bem elaborado do site - “Samba à Paulista - fragmentos de uma história esquecida”.

    http://www.sambaapaulista.com

    Descobri ao acaso este site que me impressionou pela responsabilidade social e seriedade do seu conteúdo.

    Glau! Mais uma boa lembrança... O Carnaval está do Oiapoque ao Chui!

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  2. Dei uma olhada no site e realmente é muito bacana mesmo.

    Com um visual muito agradavel e excelente conteúdo.

    Valeu a dica e recomendo a todos os leitores do blog.

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